Para tornar realidade projetos mais audaciosos e dar asas à imaginação de arquitetos, o mercado foi se desenvolvendo para trabalhar com essas “chapas gigantes”. Esta evolução consistiu basicamente no desenvolvimento de equipamentos de maiores capacidades,
já que o sistema de trabalho permaneceu o mesmo. Caminhões especiais passaram a ser utilizados e, por parte de clientes e fornecedores, a adaptação das linhas de processo para trabalharem com vidros jumbos. Assim como a indústria teve que se desenvolver
e criar equipamentos adequados, o setor de esquadrias também se adaptou e ampliou sua gama de produtos, pois, em muitos casos, para suportar com segurança grande placas de vidro são necessários caixilhos especiais. Normalmente, os vidros jumbos
não precisam de fixação especifica se a fixação normal estiver devidamente feita. É importante que os perfis dos caixilhos de alumínio sejam estruturalmente aptos para receber um vidro de grandes dimensões, já que recebem uma carga total de vento
bem maior do que um caixilho de dimensões medianas. Por esse mesmo motivo, e porque as grandes chapas podem promover maior dano aos usuários em caso de quebra, é vital que quem vai optar por essa instalação conte com a ajuda de um engenheiro ou
arquiteto responsável que possa emitir a uma ART ou RRT, que são os documentos que livrarão o proprietário de responsabilidades civis e criminais em caso de vítimas. O vidro de grandes dimensões deve seguir ao que determina a norma técnica para
o cálculo de espessura e o tipo de vidro utilizado que, no caso, deve ser vidro de segurança laminado, temperado ou laminado de temperados.
Norma 7199:
A vidro jumbo recomenda a contratação de um profissional responsável (consultor especializado em vidros e esquadrias ou engenheiro ou arquiteto). Mas, para se ter uma ideia, acompanhe o que diz a norma técnica da ABNT 7199:
Em Coberturas, marquises, claraboias e fachadas inclinadas (vidros não verticais) devem ser utilizados os vidros Laminados Aramado ou Insulado (em sua composição, a peça interior deve ser laminada ou aramada. Em Guarda-corpos devem ser utilizados
os vidros Laminados, Aramado ou Insulado (composto com os vidros acima) Em Portas, vitrinas e divisórias todos os vidros instalados abaixo de 1,1 m em relação ao piso devem ser de segurança, ou seja, os vidros Laminados, Aramado ou Insulado (composto
com os vidros acima), independente do pavimento em que estejam instalados. Acima de 1,1 m em relação ao piso, além dos vidros de segurança citados, o vidro a ser utilizado também pode ser float ou impresso, desde que encaixilhado ou colado em todo
o perímetro. Envidraçamentos projetantes móveis Instalações com caixilhos móveis que se projetam para o exterior: Laminados Aramados ou Insulado (em sua composição, a peça interior deve ser laminada ou aramada) A utilização do vidro Temperado deve
ser feita da seguinte forma: – No térreo e 1º pavimento: pode ser autoportante ou totalmente encaixilhado; – Acima do 1º pavimento: deve ser totalmente encaixilhado e com projeção máxima limitada a 250 mm da face da fachada ou da aba de proteção.
Em Fachadas (vidros verticais), abaixo de 1,1 m em relação ao piso. A partir do primeiro pavimento (inclusive), e no pavimento térreo dividindo ambientes com desnível superior a 1,5 m: somente laminados, aramados ou insulados (composto com os vidros
acima). No pavimento térreo: Temperados, Laminado, Aramados, ou Insulado (composto com os vidros acima) nas quotas acima de 1,1 m em ralação ao piso.
A norma 7199 inclui também um passo a passo para cálculo das espessuras adequadas. As
fórmulas usadas foram atualizadas conforme a norma francesa DTU 39, passando a considerar também vidros apoiados em dois e três lados. As etapas para o cálculo são: Determine a pressão do vento, de acordo com a norma NBR 6123 — Forças devidas ao
vento em edificações; Especifique a pressão do cálculo (de acordo com o tipo de aplicação: vidros verticais ou inclinados, instalados em áreas internas ou externas); Calcule a espessura de referência, de acordo com a quantidade de apoios e dimensões
da peça; Avalie se a instalação permite a aplicação do fator de redução na espessura; Efetue a verificação da resistência, expressa em mm, referente à composição de vidro preestabelecida; Calcule a “flecha” e confira se os valores encontrados atendem
aos critérios admissíveis; Por fim, confira se a espessura da composição atende os requisitos de resistência e de “flecha admissível”. Mas se esse procedimento for demasiadamente complicado a fabricante de vidros Cebrace possui um software online
(www.cebrace.com.br/CalculoEspessura/#/pressao-vento/primeiro-passo) no qual o usuário informa dados sobre o projeto, como região do País, topografia, números de apoios do vidro e demais informações da edificação e o cálculo é feito conforme a
norma.